A Comissão Política Concelhia de Arganil e a Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista comemoraram conjuntamente os 102 anos sobre a Implantação da Republica em Portugal, com um almoço realizado no Mont’Alto, que teve a participação de cerca de uma centena de republicanos que querem manter bem vivos os valores do 5 de Outubro e da Republica, base da justiça social, igualdade de oportunidades e a solidariedade na Sociedade.
O Presidente da CPC recordou figuras como Fernando Valle, exemplos de cidadania e modelos do cidadão do futuro que importa transmitir às gerações mais jovens, para mais quando há um ataque à Escola Pública, ao Serviço Nacional de Saúde, à Segurança Social, que são pilares para a construção de uma cidadania plena para todos, sendo tarefa de todos a renovação dos ideais republicanos, enquanto referências de pensamento e de acção. Miguel Ventura concluiu referindo que é fundamental regenerar a esperança em Arganil, pelo que o PS tem desenvolvido uma acção construtiva, responsável e solidária com as populações, demonstrando e exigindo o máximo rigor e ponderação ao nível orçamental por parte da Autarquia, questionando sempre que se impõe, o interesse dos mais variados investimentos públicos, como tem sido o caso da reabilitação da Cerâmica Arganilense, estrutura cuja verdadeira avaliação de eficácia, sustentabilidade e oportunidade da sua construção começa agora.
Pedro Coimbra aludiu ao facto de, com ou sem feriado, o PS irá sempre recordar esta data como fundadora de um regime no qual os socialistas se revêem. Referiu que as politicas de reforço da austeridade, impostas pelo Governo do PSD não são as que melhor respondem à actual situação dos portugueses, cujas condições de vida se agravam dia após dia. O Presidente da Federação Distrital terminou a sua intervenção com uma palavra sobre as eleições autárquicas, para as quais o PS deverá estar mobilizado e empenhado em alcançar os melhores resultados, já que a construção do Pais e a preservação dos ideais republicanos também deve começar no nível mais próximo das populações e das pessoas.
Romero de Magalhães, catedrático da Universidade de Coimbra, mostrou a sua desilusão pelo estado de abandono em que se encontra o Teatro Alves Coelho, local em que com Fernando Valle, Miguel Torga, Manuel Alegre, António Arnault e outros, participou em várias iniciativas políticas. Considerou este, um exemplo de como a ética republicana deverá estar sempre presente na administração da coisa pública, ou seja, não é compreensível continuar a erguer investimentos opulentos, de oportunidade questionável, ao mesmo tempo que o património construído que faz parte da memória de um povo é deixado ao abandono. Referiu-se ao facto de actualmente o ideário republicano estar em perigo por parte uma geração de políticos no poder que não tem referências que norteiem a sua acção e as suas atitudes. Este convívio terminou com uma referência de Mário Vale à figura de Benjamim Dias, de Coja, resistente republicano que pagou com a liberdade a defesa deste regime.